No final do século 19, o filólogo polonês Ludwik Zamenhof propôs a criação de uma língua de fácil compreensão, que unisse elementos de diversos idiomas e contribuísse para um melhor entendimento entre todos os povos do mundo.
Nascia assim o esperanto, que à parte o fato de ser a língua de origem artificial mais conhecida mundialmente, não chegou nem perto de cumprir o papel sonhado pelo seu criador. Na prática, foi o inglês, e não o esperanto, quem assumiu esse papel de "idioma universal".
A história do esperanto nos mostra que a integração da linguagem entre os povos não é tarefa fácil. Felizmente, porém, ao menos no que diz respeito às normas contábeis, podemos nos considerar razoavelmente bem sucedidos no processo de unificação da linguagem.
Graças às Normas de Contabilidade Internacional (International Financial Reporting Standards, conhecido pela sigla IFRS), mais de 100 países "falam" a mesma linguagem contábil, que foi estipulada pelo International Accounting Standards Board (IASB). Isso permite que os balanços e demonstrativos de uma empresa sejam uniformemente compreendidos por todos os seus potenciais clientes e parceiros.
A adoção de um padrão global é uma medida sensata e inteligente num cenário em que, pelo menos no que diz respeito aos negócios, as fronteiras entre os países são cada vez mais tênues. Em outras palavras: ao harmonizar a linguagem, o padrão único facilita as análises por parte dos investidores estrangeiros.
No Brasil, o IFRS começou a ser adotado recentemente, graças à Lei 11.638, de 2007. Pela legislação, todas as sociedades anônimas de capital aberto terão até 2010 para assimilarem completamente as novas diretrizes. Aquelas que fizeram suas IPOs (abertura de capital ao mercado) de 2007 em diante já têm que estar adequadas a partir de 2009.
Apesar do prazo razoável, muitas empresas de capital aberto e instituições financeiras incluíram relevantes conceitos estabelecidos pelo IFRS, tais como o impairment e o ajuste a valor presente, nas demonstrações financeiras de 2008.
Porém, da mesma forma que todo mundo teria de aprender esperanto para que essa linguagem universal fosse instituída com sucesso, os profissionais da área de contabilidade terão se atualizar para poderem trabalhar eficientemente sob a vigência do IFRS.
Quanto mais rápido fizerem isso, melhor. Os especialistas estimam que, em breve, todas as empresas - dos pequenos empreendimentos às gigantes multinacionais - adotarão os princípios da Lei 11.638 e do IFRS como referência contábil.
É importante enxergar a adoção do IFRS como um sinal de amadurecimento do Brasil. Já estamos mais competitivos e modernos na nossa maneira de competir no mercado externo, e conquistamos uma posição sem precedentes no tocante à atração de investimentos. A normalização contábil do País, em alinhamento ao que há de mais moderno nessa área, é algo mais em nosso favor.
Nascia assim o esperanto, que à parte o fato de ser a língua de origem artificial mais conhecida mundialmente, não chegou nem perto de cumprir o papel sonhado pelo seu criador. Na prática, foi o inglês, e não o esperanto, quem assumiu esse papel de "idioma universal".
A história do esperanto nos mostra que a integração da linguagem entre os povos não é tarefa fácil. Felizmente, porém, ao menos no que diz respeito às normas contábeis, podemos nos considerar razoavelmente bem sucedidos no processo de unificação da linguagem.
Graças às Normas de Contabilidade Internacional (International Financial Reporting Standards, conhecido pela sigla IFRS), mais de 100 países "falam" a mesma linguagem contábil, que foi estipulada pelo International Accounting Standards Board (IASB). Isso permite que os balanços e demonstrativos de uma empresa sejam uniformemente compreendidos por todos os seus potenciais clientes e parceiros.
A adoção de um padrão global é uma medida sensata e inteligente num cenário em que, pelo menos no que diz respeito aos negócios, as fronteiras entre os países são cada vez mais tênues. Em outras palavras: ao harmonizar a linguagem, o padrão único facilita as análises por parte dos investidores estrangeiros.
No Brasil, o IFRS começou a ser adotado recentemente, graças à Lei 11.638, de 2007. Pela legislação, todas as sociedades anônimas de capital aberto terão até 2010 para assimilarem completamente as novas diretrizes. Aquelas que fizeram suas IPOs (abertura de capital ao mercado) de 2007 em diante já têm que estar adequadas a partir de 2009.
Apesar do prazo razoável, muitas empresas de capital aberto e instituições financeiras incluíram relevantes conceitos estabelecidos pelo IFRS, tais como o impairment e o ajuste a valor presente, nas demonstrações financeiras de 2008.
Porém, da mesma forma que todo mundo teria de aprender esperanto para que essa linguagem universal fosse instituída com sucesso, os profissionais da área de contabilidade terão se atualizar para poderem trabalhar eficientemente sob a vigência do IFRS.
Quanto mais rápido fizerem isso, melhor. Os especialistas estimam que, em breve, todas as empresas - dos pequenos empreendimentos às gigantes multinacionais - adotarão os princípios da Lei 11.638 e do IFRS como referência contábil.
É importante enxergar a adoção do IFRS como um sinal de amadurecimento do Brasil. Já estamos mais competitivos e modernos na nossa maneira de competir no mercado externo, e conquistamos uma posição sem precedentes no tocante à atração de investimentos. A normalização contábil do País, em alinhamento ao que há de mais moderno nessa área, é algo mais em nosso favor.
Ricardo José Patine Filho - gerente do escritório de São José dos Campos da BDO, quinta maior empresa do mundo em auditoria, tax e advisory.