segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Especialista em finanças é procurado

O crescente interesse de leigos por investir na Bolsa de Valores abre oportunidades para o analista de investimentos on-line. "Com a economia aquecida e as projeções da Bolsa, os novos investidores precisarão de mais analistas para direcionar ações no mercado", sinaliza Lucy Sousa, presidente da Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais), entidade reguladora da profissão. Boa parte da categoria é composta de jovens, como Francisco Nogueira, 26, que trabalha há dois anos na corretora Coinvalores. Profissionais como Nogueira avaliam as cotações de moedas, os índices das Bolsas de Valores e da inflação, a taxa de juros e os rendimentos de fundos de rentabilidade como a poupança ou o CDB (Certificado de Depósito Bancário). A partir dessa análise, orientam clientes sobre como investir.



O auxílio pode ocorrer pessoalmente, por telefone ou por ferramentas de bate-papo da internet, como o MSN. Os números da Apimec confirmam o interesse de profissionais pela área. Foram concedidos 195 CNPIs (Certificado Nacional do Profissional de Investimento) em 2009. No ano anterior, 143, e em 2007, 57, segundo a instituição. Neste ano, foram cadastrados 92 novos analistas. Em setembro, a BM&FBovespa lançou o programa "Quer ser sócio?", que visa aumentar o número de investidores na Bolsa de Valores. A meta é alcançar 5 milhões em cinco anos -atualmente são cerca de 600 mil. O programa é focado em pessoas físicas, que geralmente necessitam de orientações sobre o funcionamento do mercado de capitais.



FERRAMENTAS ON-LINE


Apesar do crescimento do número de profissionais, existe uma ameaça à abertura de postos de trabalho. Algumas ferramentas oferecem o mesmo serviço prestado pelos analistas de investimentos. Um exemplo disso são os algoritmos, sistemas que operam a negociação sem a necessidade de que alguém tome a decisão de compra ou venda de ações. Angelo Larozi, 36, analista de investimentos da corretora Spinelli não parece preocupado com o mecanismo. "Não acho que serei prejudicado. A experiência de mercado é fundamental", complementa Larozi. Já o diretor-superintendente da Ancor (associação de corretoras), Carlos Eduardo Lofrano, diz que as ferramentas ajudam e podem ser mais rápidas que o analista. "Mas sempre será necessária a pessoa para pensar cuidadosamente no investimento mais adequado ao cliente", opina Lofrano. (BB)

Folha de São Paulo, 03/10/2010 - São Paulo SP

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